segunda-feira, 15 de julho de 2013

Vias metabólicas

    Como nós falamos com uma grande frequência de algumas vias metabólicas resolvemos explicar direitinho pra vocês o que ocorre com cada uma dessas vias.
       Como nós já dissemos em alguns posts atrás após um período de refeições a primeira via a ser ativada é a glicólise.
  A palavra glicólise vem do grego, glykus significa doce e lysis quebra. Logo se entende que nesta reação ocorrerá a quebra de moléculas de glicose. Uma molécula de glicose tem seis Carbonos e ao final da glicólise haverá duas moléculas de Piruvato (que contem três Carbonos), além de dois ATP (Adenina Trifosfato, molécula que serve como “dinheiro” para a produção de energia) e também dois NADH + H+.
Essa é uma reação que ocorre em 10 etapas subsequentes explicadas bem superficialmente abaixo:
·    A primeira delas é a fosforilação da glicose, ou seja, será adicionado um fosforo a essa molécula para que ela seja colocada para fora da célula novamente por isso é uma reação irreversível. Assim a glicose vai a glicose-6-fosfato;
·    Assim que a glicose for a glicose-6-fosfato, ocorrera um rearranjo das bases e a glicose-6-fosfato virá frutose-6-fosfato e essa é a segunda etapa da glicólise;
· Na terceira reação ocorrerá uma nova fosforilação, fazendo com que agoraO exista um fosforo em cada extremidade da molécula de frutose. (frutose-1,6-bifosfato);
·    A quarta reação tem dois produtos, um é o Diidroxicetona fosfato (que poderá ou não se transformar em gliceraldeído-3-fosfato [se ocorrer será a quinta etapa]) o outro produto é o Gliceraldeído-3-fosfato (que é uma molécula com três carbonos mais o grupo fosfato);
        Essas cinco primeiras reações também podem ser chamadas de fase preparatória, pois nela há um gasto de ATP na fosforilação da glicose e sua conversão em gliceraldeído-3-fosfato.
·                   O gliceraldeído-3-fosfato da fase anterior será então convertido em 1,3-bifosfoglicerato que junto a ela se acopla a formação de ATP e NADH, caracterizando a sexta reação;
·         Na seguinte a uma desfosforilação formando o 3-fosfoglicerato sendo que nessa etapa ra
·         Na oita reação o que ocorre assim como a segunda é um rearranjo das moléculas e o 3-fosfoglicerato passa a ser 2-fosfoglicerato;
·                   O 2-fosfoglicerato se transformará agora em fosfoenolpiruvato;
·          O fosfoenolpiruvato vai ser desfosforilado e então se forma o tão cobiçado PIRUVATO formando também moléculas de ATP como na sétima etapa.
      Essa será a chamada fase de pagamento pois há uma formação de ATP superior aos gastos além da formação de dois  NADH que são moléculas energéticas.
Essa molécula (piruvato) tem 2 possíveis destinos em condições anaeróbicas (ausência de oxigênio) pode ocorrer: fermentação (até lactato no musculo em contrações vigorosas, nos eritrócitos, em algumas outras células e em alguns microorganismos) 2 etanol + 2CO2 (fermentação até etanol na levedura). Em condições aeróbicas o PIRUVATO entra no ciclo do acido cítrico (e é esse destino que nos interessa).
    Ciclo do ácido cítrico (ciclo de Krebs)

      O que acontece a partir daqui é que o o piruvato entra em contato com a enzima piruvato quinase e então convertido em Acetil. Esse Acetil vai se acoplar a Coenzima-CoA formando Acetil-Coa. É o Acetil-CoA que entrará no Ciclo de Krebs, assim que entrar em contato com o oxaloacetato e formarem citrato.
A partir dai desencadeia uma serie de reação que ao final delas renderá ao organismo duas moléculas de FADH2,  oito de NADH e mais dois ATP.

     Somando tudo temos:

  • 10 NADH
  • 2 FADH2
  • 4 ATP
        Cada molécula de NADH é capas de produzir 3 ATP e cada uma de FADH2 produz 2 ATP.  Após finalizado o ciclo de Krebs essas moléculas se dirigem a cadeia transportadora de eletros, é la que o Oxigênio entra em ação como o aceptor final de Hidrogênio. Essas moléculas passam por uma leva de citrocromos liberando seus ATP’S
         A gliconeogênese (formação de novo açúcar) é uma via metabólica em que há a formação de glicose a partir de compostos diferentes das hexoses, ou seja, compostos não-açúcares ou não-carboidratos. Nos animais, os compostos importantes precursores da glicose são o lactato, o piruvato, o glicerol e grande parte dos aminoácidos, principalmente a alanina. A gliconeogênese ocorre principalmente no fígado e menor parte desse processo ocorre no córtex renal. Essa via metabólica é um suprimento contínuo de glicose, e acontece principalmente no período de jejum.
         A conversão glicolítica de piruvato em glicose é uma via central na gliconeogênes, assim como a conversão de glicose em piruvato é uma via central na glicólise. Essas duas vias ocorrem no citosol de maneira recíproca; sete das dez reações da gliconeogênese são inversões das reações da glicólise. As três reações que não são utilizadas na gliconeogênese são: a conversão de glicose em glicose-6-fosfato pela hexoquinase, a fosforilação da frutose-6-fosfato em frutose-1,6-bifosfato pela fosfofrutoquinase-1 e a conversão de fosfoenolpiruvato em piruvato pela piruvato quinase. Estas reações na glicólise são irreversíveis e por isso precisam ser contornadas por um conjunto de enzimas na gliconeogênese.  A primeira reação que ocorre é a fosforilação do piruvato em fosfoenolpiruvato, em que o piruvato é convertido em oxaloacetato pela piruvato carboxilase. O oxaloacetato é transformado em fosfoenolpiruvato pela fosfoenolpiruvato carboxiquinase. Este, por fim, é convertido em frutose-1,6-bifosfato. O segundo contorno é a conversão da frutose-1,6-bifosfafo em frutose-6-fosfato, catalisada pela enzima frutose-1,6-bifosfatase. O terceiro contorno é a defosforilação da glicose-6-fosfato para liberar glicose livre.
           A oxidação de ácidos graxos é chamada de beta oxidação e é uma via em que ocorre a conversão de ácidos graxos de cadeia longa em acetil-CoA. Ela é o primeiro estágio da oxidação mitocondrial dos ácidos graxos, em que estes são submetidos a remoção oxidativa de dois átomos de carbono em acetil-CoA começando pela extremidade carboxila. Durante o processo os elétrons removidos passam na cadeia respiratória mitocondrial, liberando energia que é utilizada para a síntese de ATP. O produto acetil-CoA pode ser oxidado até CO2 gerando mais energia, ou pode ter outros destinos como, por exemplo, no fígado, onde é convertido em corpos cetônicos (combustível destinado para o cérebro e outros tecidos quando não há glicose disponível.

#vamosalvarvidas, Anna Lis e Aline Rocha
Lehninger, Princípios de Bioquímica, 4ª edição


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