terça-feira, 25 de junho de 2013

Diabetes Gestacional


        Além dos casos de diabetes tipos 1 e 2 já comentados em posts anteriores, outro tipo também encontrado com grande frequência é o diabetes gestacional, que é caracterizado pela hiperglicemia de intensidade variada, ou seja, pelo aumento do nível da glicose sanguínea diagnosticado durante a gestação. Normalmente, é um estágio pré-clínico de diabetes, pois as mulheres que apresentam diabetes gestacional têm tendência a desenvolver diabetes tipo 2 posteriormente. Esse estado é detectado nos exames feitos no período pré-natal.
           Por que esse estado se dá na gravidez? Para que ocorra o desenvolvimento do bebê, o corpo da mãe é submetido a várias transformações, entre elas acontece a mudança na produção hormonal materna. A placenta produz hormônios que dificultam a ação da insulina, hormônio responsável pela redução da taxa de glicose no sangue. Nesse caso, o pâncreas da mãe começa a produzir insulina em maior quantidade para compensar o fato de que sua ação está sendo reduzida pelos hormônios produzidos durante a gestação. Porém, em algumas mulheres, esse processo não ocorre e impossibilita o bom funcionamento da redução da glicemia e tem como consequência o desenvolvimento da doença diabetes gestacional.
            É necessário que, a partir do sexto mês de gestação, as mulheres grávidas realizem os exames para que seja feita a análise dos valores de glicose no sangue. Esses exames são em relação a como está a glicose em jejum e o teste oral de tolerância a glicose que consiste em informar como está a glicemia após o estímulo da ingestão de glicose. O diagnóstico da doença é realizado caso a glicose no sangue tenha valores iguais ou maiores a 92 mg/dl no jejum ou, no teste oral de tolerância a glicose, os valores sejam iguais ou maiores que 180 mg/dl após 1 hora de ingestão do açúcar e 153 mg/dl após 2 horas da ingestão. O acompanhamento é importante pois o diabetes gestacional costuma ser uma doença assintomática. Quando há presença de sintomas, algumas mulheres sentem fadiga e aumento de sedMulheres com idade materna mais avançada; que já tiveram diabetes gestacional ou tiveram bebês considerados grandes (mais de 4 kg); que possuem  síndrome dos ovários policísticos; apresentam sobrepeso ou obesidade na gestação; têm histórico familiar de diabetes em parentes de primeiro grau; história de diabetes gestacional na mãe; apresentam hipertensão arterial sistêmica ou estão passando por uma gestação múltipla, estão mais propensas a desenvolver essa doença.

           Como o diabetes gestacional é caracterizado pela hiperglicemia, o bebê fica exposto a quantidades altas de glicose no ambiente intra uterino e isso aumenta o risco de ocorrer macrossomia fetal, que é o crescimento excessivo do feto. Com um bebê grande o risco de complicações no parto e de hipoglicemia no recém-nascido são maiores. Ainda há o aumento no risco de obesidade e diabetes na vida adulta.
      Se tratada corretamente, a maioria das gestações que tiveram complicações relacionadas a diabetes gestacional têm um bom desfecho e os bebês nascem sem maiores problemas. O controle é feito através de uma orientação nutricional e regulação das quantidades de nutrientes adequados a cada período gestacional. Também é muito importante a prática de atividades físicas que auxiliam na redução dos níveis glicêmicos. Há gestações que não possuem controle adequado apenas com regulação nutricional e prática de atividades físicas. Nesse caso, é indicado o uso de insulinoterapia.



#vamossalvarvidas, Aline Rocha
http://www.diabetes.org.br/
Caderno de Atenção Básica do Ministério da Saúde

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