No dia 22 de maio foi organizada
uma "aula" para os diabéticos no posto de saúde de Taguatinga (Região administrativa do Distrito Federal, Brasil) e uma
de nós, donas do blog, esteve presente. Com a experiência foi possível tirar
muitas dúvidas, esclarecendo questões que só são notadas na convivência com a
doença. Todos os presentes na palestra "Educação de diabetes" tinham idade acima dos 45 anos e apresentavam diabetes tipo 2 (mais comum nesta idade). O entendimento é a base do tratamento, pois o diabético não depende só do nutricionista ou médico para se cuidar! Sem conhecer a doença os pacientes podem se prejudicar muito!
- Nutrição - Neste tópico, uma das dúvidas mais recorrentes pode ser solucionada: "Qual a importância de um nutricionista na vida de um diabético?". Ao falar do assunto, a nutricionista perguntou à todos se o controle glicêmico havia sido bem sucedido sem esse profissional. A resposta foi feita em uníssono, "Não!". De fato, ninguém consegue controlar sua glicemia sem o acompanhamento de um nutricionista. Não é simplesmente comer de três em três horas, pois há uma adaptação a ser feita de acordo com o estilo de vida do paciente.
- Atividade física - "Quantos aqui fazem algum tipo de atividade física?". A resposta foi decepcionante. Ninguém possuía esse hábito da forma ideal, ainda mais porque aqueles que passaram por uma experiência desagradável com algum tipo de atividade, logo se desestimularam. A questão é que nem todos precisam fazer academia ou exercício pesado, há aqueles que preferem uma caminhada, ou uma dança, por exemplo. "É essencial que exista certo interesse! Eles têm que fazer a atividade física que lhes dê prazer para que, assim, a glicemia seja compensada!"
- Automonitorização - Essa é uma questão importante na independência do paciente. Todos têm (ou pelo menos deveriam ter) um aparelho de monitorização. Esse procedimento deve ser realizado com a frequência que o médico recomendar, porém, se o paciente não tiver o aparelho, sempre haverá algum disponibilizado nos postos. Um ponto importante levantado pela nutricionista é o momento certo para ser feito: medir antes das refeições ou duas horas após o início da refeição (pode ser almoço, café ou jantar). O exame é feito através do sangue, furando o dedo. Não dói (sendo feito da forma correta) e é rápido, garantindo praticidade. Antigamente, media-se pela urina com uma fita que mudava de cor. Era ineficaz, pois não se sabia o quanto a glicose estava alterada, tornando o controle mais difícil. Outro exame seria a hemoglobina glicada, chamado pela nutricionista de dedo-duro do paciente diabético, pois o paciente, na semana anterior à consulta, faz tudo correto (alimentação e exercícios) e chega com um perfil que a surpreende. Geralmente, é feita por insulinodependentes e vem em porcentagem, sendo ideal de 6.5 a 7.5. Sua importância consiste no alerta de possíveis complicações futuras para que o paciente se cuide mais. O exame só será confiável se for feita a automonitorização, pois se baseia em uma média, não levando em consideração apenas a semana anterior.
- Medicação - "Quantos aqui já pararam de tomar o remédio ou trocaram por vontade própria?" Só o médico pode fazer isso, pois a medicação deve ser tratada com cautela. O paciente não pode parar de tomar o remédio porque a glicemia não abaixa e o quadro pode piorar; também não pode trocar por influência de conhecidos que dizem que uma determinada marca de remédio faz com que a glicemia sempre esteja controlada, isso é extremamente errado! A medicação deve ser sempre tomada no mesmo horário, seguida de orientação médica.
- Valor adequado de glicemia - Não é comentado com tanta frequência, mas deveria: "Qual o valor adequado para a nossa glicemia em jejum?" De 15 a 65 anos é de 70 até 100, antes das refeições (para diabéticos ou não); acima de 65 anos é de 70 até 140 e no máximo 180 (admite-se no Brasil). Quando no aparelho aparece HI quer dizer que está acima de 600! A insulina deve ser injetada imediatamente! Nenhum posto tem suporte, então é necessário se dirigir ao pronto socorro. Porém, cada paciente tem uma reação diferente: a médica contou casos de pacientes com 1600 de glicemia que estavam andando e falando normalmente e outros com 800 entrando imediatamente em internação. A insulinoterapia será discutida em um post futuro, mas em síntese é a dependência que o paciente tem da aplicação de insulina.
- Hipoglicemia - "Qual o valor da hipoglicemia?" Abaixo de 70 e para resolver esse problema de pouca glicose no sangue, é indispensável comer no mínimo três balas moles (absorção mais rápida) de fruta, pois não pode conter gordura (atrapalha a absorção da glicose). Depois de um tempo mede-se de novo. A quantidade de açúcar ingerido não deve superar o adequado pois o quadro pode inverter para alto teor de glicose no sangue. Outras soluções seriam: chupar três sachês de mel pequenos, ou um grande; um copo de refrigerante normal, ou um copo de suco normal; ou uma colher de sopa rasa com açúcar com um pouco de água. Balas duras ou pirulitos não são as melhores opções, pois o paciente corre o risco de engasgar, já que se encontra fraco.
*A nutricionista, que sempre faz palestras no Distrito Federal, não quis ser identificada, mas deixamos nosso agradecimento por sua contribuição no blog.
#vamossalvarvidas, Marlua Leite
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